terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meu ultimo grande ravióli


Domingo (ou qualquer outro dia da semana) que você esteja lendo isto ,será um dia de várias sensibilidades. Contudo a sensibilidade que mais me marca é a sensibilidade para saber que ando sendo rejeitado pelas garotas. Não podia ser diferente  enquanto neste lindo dia de sol,jovens bonitos estão nas praças, praias e outras instituições bacterianas. Enquanto isso estou aqui a contar quantos advérbios Deus permitiu que o homem escrevesse na Bíblia, ou onde ficariam os gomos de minha barriga se eu resolvesse parar de tentar terminar o sonho com aquela morena,em vez de ir para academia de manhã.

           De qualquer modo,não aceitei tão resignamente as coisas assim. 
A uma semana exatamente fui a minha consulta semanal com o grande Dr. Idiotaviski Tapadosviovich Katatoviski. Ele disse-me ser um dos seus melhores pacientes, ainda que ele prefira cortar cana-de-açúcar à ter que curar alguém como eu. A consulta começou bem, contei os meus sofrimentos, do fato de eu não conseguir ter uma relação firme a anos, mais ou menos desde que os hebreus criaram a lei da monogamia. Falei sobre o fato de sofrer certa repressão sexual com todas as garotas que saio. Me sinto coagido, elas começam a discutir poesia latino-americana, eu não consigo discutir nada que não seja russo ou alemão. É um desacordo tremendo, na hora de pedir as bebidas, tudo fica ruim, enquanto elas pedem pisco e imitam Gabriel Garcia Marquez, eu peço vodka e fico dividido entre recitar Maiavoski ou explicar a existência de Deus na obra de Dostoievski. Ele pediu que eu contasse alguma experiência em que eu fui constrangido, assim eu poderia repensar a história como se eu tivesse ido de encontro, mostrando minha capacidade de superação máscula. Como ele havia esquecido seu pêndulo para fazer a regressão, resolveu-me dar mescalina e me fazer ouvir Wagner até eu dormir.
          Durante a regressão eu fui para a época em que eu namorava uma garota que imitava nas horas vagas Nelson Ned. Que prazer era sair com ela, que momentos divertidos, brincadeiras de casal,  como assistir Andrei Tarvosky e interpretamos pessoas que entediam seus filmes. Mas o melhor era nossas relações sexuais, principalmente nossa especialidade na cama que era fazer como se tivéssemos tido um derrame cerebral e ficarmos semanas na cama sem nos encostarmos. Porém tudo mudou um dia, quando descobri que seu ex-namorado conseguiu uma vaga de cátedra na universidade no curso de pesca em aquários de 30cm, com seu doutorado sobre Steve Sizzou e a interpretações dos sonhos de um peroá, percebi que sua atitude comigo havia mudado. Antes ela gostava de brincar de Percivall comigo, agora só aceitava interpretar algo, se eu fosse Desdemona e ela Otelo, isso me fez pensar que Iago estava no pedaço. Com o tempo as coisas ficaram insustentáveis, até um dia que ela me disse que eu era um ser inferior com minhas reles graduação e que nunca me aceitariam no mestrado com minha analise do corte de unha das mulheres no período colonial. Compreendi tudo naquele momento, eles deviam ter voltado pelas costas, enquanto eu preparava o Raviolli e ela ficava 
no colo dele falando do passado que eles tiveram juntos. Enfim, dias depois ela me disse que estava me abandonando, e ia se casar com ele. Talvez tenha sido a mulher que mais tenha gostado, aceitei tudo de forma passiva, enquanto mastigava um doce caramelado interminável. Nesse momento ouvi a voz do Dr. Katatoviski dentro da minha cabeça dizendo, que primeiro engolisse o doce, segundo que volta-se no passado do meu sonho, ao invés de por molho de tomate, coloca-se molho branco, isso iria fazer com que o vinho tinto iria fazer eles terem convulsões de terror gastronômico. Porém, regressando ao momento eu não consegui, era um sacrilégio, eu lembro ainda que foi um dos melhores Raviólis. Assim o doutor desligou o cd do Wagner e eu voltei á realidade.  Ele me disse que o tempo tinha acabado, e que eu pensasse na próxima vez em vez de raviólis eu tentasse algo mais picante como comida indiana com curry apimentado. cumprimentei-o e saí pela rua, assim me encontro hoje, solitário, sei ao menos que nunca se deve ficar com uma mulher que prefira diplomas a sua pessoa, mesmo porque para conseguir um doutorado é preciso ficar muitos anos trancado em estudo sem o contato de mulheres e dos raviólis.

Contribuição e Correção: Aline B. , futura personagem em de meus textos. Hahaha!

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