quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Tropicum et Deserta


"Não se muda a história com lágrimas"
"Quando todos pegarem em armas, todos pegarem em armas, até mesmo gente como você"
"Gente como nós, burgueses, fracos, mais eu assumo os riscos, eu assumo os riscos"
"Minha Consciência, Minha consciência está aqui no momento da verdade, na hora da decisão, na hora da luta, mesmo na certeza da morte"
"Não precisamos de herói"
"Precisamos resistir, resistir, eu preciso cantar, EU PRECISO CANTAR".

"Não é mais possível esta festa de medalhas, este feliz aparato de glórias, está esperança dourada nos planaltos, não é mais possível essa marcha de bandeiras, com guerra e cristo na mesma posição, oh assim não é possível, a ingenuidade da fé, a impotência da fé."Glauber Rocha - Terra em Transe (1967)


sexta-feira, 2 de novembro de 2012


O cortar das hélices no ar morno da primavera faz ao homem um sentido brusco de sua solidão, um tédio corriqueiro, demasiado talvez. Não há homem que não esteja só, a tudo alucinações, a tudo amores platônicos, amores que se possuem e se despreza. Ao desejo de ser rejeitado cria-se poemas, a permanência cria-se filhos e a compactuação diletante do tédio completo na noite vermelha do enfado universal e tropical.

               
Tédio
                Escorre
                                               Amor Bruto
Se perde
                               Na pior noite
No melhor dia

Amor
                Persona
Non Grata
Quem quer amor
                Quem quer amar?
O sexo delimita tudo?
                É preciso do que afinal?
               

                Quem quer falar?

                               FALAR FALAR FALAR
                               FALAR OUVIR FALAR
                               FALAR FALAR FALAR
                              
                               NADA FALO FALO FALO FALO FALO FALO NADA
                               NADA FALO FALO FALO SEXO FALO FALO NADA
                               NADA FALO FALO FALO FALO FALO FALO NADA
                               

In einem Jahr mit 13 Monden



Nesta película, Rainer Werner Fassbinder faz uma Ode se é possível, a falta de vigor, ao desespero e a morte. Tudo se relativiza , o eu, a família, a pátria até mesmo o amor.

O filme tem uma linearidade que se põe no fluxo de mostrar o personagem, sua vida, o local em que vive, superficialmente. Vemos de inicio um pobre transexual, como tantos marginalizados. Contudo, ao tempo o diretor vai adentrando no personagem, e adentrando na própria existência humana.

Vemos no inicio a história de Elvira/Erwin(Volker Spengler). Seu passado comum de um Alemão do pós-guerra, que vai a escola, arruma uma profissão, se apaixona, casa-se tem um filho . Contudo aqui a história parece se desconstruir do comum, assim como um Kafka que escreve um ser preso em si em um mundo medíocre e ilógico, Fassbinder debate-se o homem e suas construções sexuais, políticas, materiais, filosóficas.

Após o diálogo que ocorre em um matadouro de um frigorifico, onde é mostrado o abate de vacas, sendo degolado e o sangue jorrando pelo chão sujo enquanto o personagem até então um simples travesti, sem força e potência de existência aparente conta sua história. De que era um açougueiro, de que amou e teve uma filha, mais que por um amor largou tudo e fez uma operação de sexo, retirando o pênis.

O filme vai se encaminhando não obstante, do personagem e seu inconsciente. A cena de uma televisão ligada passando o discurso de Augustin Pinochet em 1978, uma cena de amor possivelmente francesa e uma cena do próprio Erwin/Elvira no seu quarto com seu amante da uma mudança substancial. Os personagens agora vão se encontrar em um quarto, luzes de vela, um homem em um espelho fosco como uma maquina levanta supinos, uma outra persona começa a falar sobre a vida, sobre a loucura, como não há saída, como estamos presos em corpos que nada significam, diferentemente do pensamento de que o corpo é a expressão da alma.

Em seguida o personagem vai a um convento conversar com uma freira, ela conta o passado de Elvira/Erwin. Foi tido por um descuido da mãe, o pai tão pouco queria saber do filho que foi jogado em um orfanato, lá ele descobriu a mentira, os jogos entre os homens, as máscaras necessárias para a sobrevivência. Poderia não apenas ser um convento de órfãos, mais uma escola comum onde dezenas de milhares de crianças foram todos os dias se tornarem cidadãos. Estas famílias podem ser também até mesmo as de “boa índole”, que transformam o animar em homem através da cultura parafraseando Immanuel Kant.  Este diálogo e tenso, carregado, aqui os personagens estão adentrando na superfície, na história conhecida, naquilo que conversamos e contamos diariamente em nossas vidas para amigos , familiares. Há uma ruptura no ritmo, agora o filme começa a apresentar um debate filosófico e político maior.

A peregrinação continua, Elvira/Erwin vai a um prédio conversar com sujeito chamado Anton Saitz [Gottfried John]. Um grande capitalista de Frankfurt. A conversa é sobre uma entrevista que ela deu em uma revista contando seu passado, sobre seu amor por ele, como ele construiu seu patrimônio de forma ilícita, etc. Entrando no prédio temos uma mudança, agora como entrando em um campo de divagações em que cada corredor e  sala representasse alguma coisa, medo –cena do tiroteio - , o humor ou inveja ou egoísmo – mulher rindo na fresta da porta – que faz lembrar muito o processo de Kafka .

Enquanto ela sobre este prédio, ela para em um andar abandonado, numa saleta ela em um canto vê um homem entrar, preparar uma corda, amarrar em uma viga, ela pergunta “você vai se suicidar?” Calmamente o personagem explica que o mundo e uma formatação do destino em que pese a miséria, a angustia e a morte, a vida é uma impotência, um julgamento final. Suicidar-se é uma potência frente a vida, não porque foge das dores e angustias, mais porque nega o prazer, nega como se deve dar a existência da vida, logo supera o destino. Isso não significa a vontade de viver. É um trecho realmente forte em que pede uma analise profunda do caminho da vida, o sentido e a moral ocidental.  Camus, Sartre, Sabato, os fenomenologistas, todos tentaram compreender ou dar uma resposta a esse “mito de sísifo” como escreve Camus, nada parece ser possível; Para Bergman é o amor, que é uma construa, que é o que o personagem Erwin/Elvira pede “só pedi um sorriso diário”. Tudo se desfalece, tudo é uma vontade necessária.

O personagem continua subindo o edifício e finalmente chega ao andar de Anton Saitz, o homem que ela busca para suas respostas e indagações. Nesta saleta ela trava relações um segurança,e em várias salas, que diametralmente dão uma sensação de vertigem, de aprofundamento na mente humana. Ela finalmente está a frente com Saitz, o seu grande amor , indivíduo. Este relembra uma dança infantil. Seu passado em comum, quando jovens trabalharam juntos, Elvira/Erwin se apaixona por ele mais nunca disse diretamente.  Eles vão para sua casa; Lá ele encontra sua companheira prostituta dormindo na cama, Saitz começa a se relacionar sexualmente com ela, Elvira que estava na cozinha preparando o café se sente atordoada, sai à rua; Procura sua família, sua ex-mulher e filha, quer reconstruir um laço familiar, um escape, a solidão é terrível, o engodo; Estas o renegam “já é muito tarde”. Procura então um casal de amigos, um psicólogo que subindo uma escada decanta a história contemporânea da Alemanha, os traumas da divisão, uma metáfora onde todos estão errados, todos foram culpados pelo nazismo e pelo comunismo, ninguém possui salvação, todos são homens afinal. Eles também após se encontrarem com Elvira/Erwin na entrada de sua casa negam ajuda, “amanhã preciso acordar cedo para dirigir”; Um toca disco soa  as memórias de Elvira/Erwin, uma consulta com o Psicólogo “A felicidade não existe, só a busca, e é isso que é excitante”. “Se Fosse Adenauer libertaria os prisioneiros em Moscou”, sobre os prisioneiros alemães presos pela URSS durante a guerra que foram trancafiados nos Gulags até a morte de Stalin em 1956, poucos saíram com vida. Aquela ela admite sua fragilidade, seu amor fátuo, de como viveu pelos outros e nunca por ela mesmo. A potência que não significa viver, e sim morrer. É isso que ocorre no fim do filme. Como se não houvesse volta, como desde o começo soubéssemos que é a única escapatória, em um mundo opressivo e sujo como em um romance de Franz Kafka. A morte é a liberação final e necessária. A dignidade humana.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Monkey Gone to Heaven II


A prateleira estava repleta de discos; Do teto ao piso haviam milhares de compactos, lps, fitas e outros mecanismos de memória humana.  J.K. reuniu alguns, esta noite iria realizar uma festa na casa de um amigo, o G. ; Colocou na bolsa os discos Moon Safari do Air ,  Young Team , Mogway, Hormogenic Björk; Colocou dois livros de poesia, um litro de vinho chileno que havia guardado, dois maços de cigarro importado, maconha. Saiu.

Nessa noite nada podia importar muito, o clima estava resfriado, nada que incomodasse muito. A casa de G. não era muito longe de sua casa mais teria que esperar uma condução; Fumou dois cigarros enquanto esperava o ônibus, em trinta minutos estava na casa de seu amigo.

Já estavam algumas pessoas, bebiam desenfreadamente, fumavam e ouviam rock pesado, todos queriam viver como se fosse a última noite possível. Antes de dizer qualquer saudação retirou o vinho a bolsa, e começou a se aturdir com a situação. Naquele momento único que duraria algumas horas, uma epifánia deslocando-se brutalmente no tempo.

Conversavam, se drogavam, o mundo se cumpria, os desejos e sonhos se expandiam, com a sensação do arrocho, da perda.  O universo em desintegração atômica não interessa, as morais, os valores. A convivência se faz pelo riso, oposto do medo. A comedia é o desnudamento, todos estavam nus desde há muito. Sobrava rastros de uma época perdida.

[pausa]

Pixies, Metálica, Kant e Voltaire.

[pausa]

Pensamento: Delírio da solidão compartida. A força que esvai. Quer busque alguma utopia se mesmo a distopia há desanimo. Somos a pior geração desde quiçá o protestantismo. Não queremos nada e não damos nada. Consumimos pétalas em vestidos azuis, o tabuleiro e o talude da consciência conscienciosa.

Devastação do tédio , álcool embrutecidos. Sexos ativos, peitos e bundas, peitos e bundas, peitos e bundas e barrigas e narizes, e  tédio. ZIIIiiIXIXIXIXizizzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.......


Este macaco vai para o céu.

Monkey Gone to Heaven I

 Este macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céuEste macaco vai para o céu

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bonsai

Vou podando meu bonsai de forma precisa ou desconcertante enquanto atravesso a ilhota pelo atlântico sul azul de capa azul.

Subo o talude do continente, ou planalto ou continente, ou américa do sul, o livro continua com capa azul.

O sol fecha-se no escuro, no noturno, a letra é noturna; o livro.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012


Os armênios estão queimando;

A bomba explode na área norte de Erevan, fumaça cinza com estilhaços voam sobre os Cáucaso ao longe em rodopio.  O exercito verdes fusco marcha e explode. Não há homens em pé, todos correm.

A neve cai sobre o Cáucaso, Erevan não verá mais a Orquestra Nacional tocando Beethoven com aqueles 10 violinistas que já estão indo a campos jogados com  suas harpas pré diluvianas. Destruídos pelo pé amassado na violência desconcertante do erro que é a história dos homens.

A neve continua a cair sobre o fogo, sobre o sangue duro, sobre as ruas de pés pré-românicos. Arcabouço da morte, arcabouço da gênese destruidora e conquistadora. Cai a arca e não se ouvem mais Beethoven por alguns milhões de espíritos que se rejubilaram pelo amor que possuem.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O conto perdido de Borges


O conto perdido de Borges

Prefácio dos caminhos que se bifurcam , se encontram ou contratam advogados para divisões de bens.

Nota do Editor:
Este conto Borgeano de pouco mais de uma página é sobre Makulêlitê e a independência teatral de Uganda do sul, ou do norte, ou os dois ao mesmo tempo dependendo da hora do dia. Foi escrito em Buenos Aires no verão de 1975. Contudo como ele estava sofrendo de cegueira, deixou cair seu leite achocolatado predileto em cima dos manuscritos e por isso pensou a vida toda que fosse na verdade estas folhas fossem uma bíblia marrom unidimensional que é infinita e nunca acaba apesar de ele ter certeza que acabasse. Se por ação algum personagem ou local tiver alguma relação com a vida real, e particularmente com a mulher do leitor, é melhor você perguntar agora para ela o que ela estava fazendo em plena áfrica subsaariana entre às 9 e as 12 horas.


O Rei Makulêlitê convoca todos os dozes chefes de tribos de Uganda mais o Sr. Woo dono da Lavanderia, para combater os colonialistas Britânicos ou Ingleses, ou o que vier primeiro. Ele diz que todos devem agir normalmente pelas ruas e campos, contudo na hora do chá das cinco quando os soldados se prepararem para tomá-lo. Os habitantes devem começar a cantar O II ato das Walkyrias de Wagner, Os ingleses não aceitaram tal atitude grotesca dos habitantes e resolveram abandonar o país e então seremos livres!
                Aqui aparece Vatikâta, chefe de umas das tribos e pergunta que caso o plano de errado os ingleses ficaram revoltados e nos atacaram fortemente destruindo nossos parquinhos de diversão. Makulêlitê então age fortemente e diz que caso o plano não de certo, é melhor começarem a ensaiar o plano dois, que é dançar salsa e merengue deixando os ingleses atordoados. Afinal a dança tem paços infinitos que se encontram ou com o pé ou com outro passo e assim sucessivamente como O baile anual de dança de da Babilônia.
                Tudo então foi orquestrado para que nada ocorresse fora do previsto, contudo Vatikâta havia feito um acordo secreto com o inglês General Ian Shitrey que dominava todos os domínios inomináveis do gabão, Uganda e qualquer outro país que aceitasse credito ou debito. Nessa troca o General Shitrey ofereceu para o traidor Vatikâta a coleção completa dos discos dos Beatles e uma passagem sem volta para as ilhas Samoa para sua cinco esposas que gastavam toda sua produção de cacau em roupas de Grife.
                Chegou-se então o dia, como era esperado às cinco horas em ponto os soldados britânicos iam tomar seu chá quando em segundos eles colocam fones de ouvidos e começam a perseguir qualquer cidadão que tivesse um violino afinado ou uma mulher muito chata para ouvir Wagner. O plano falhará é o Rei de toda Uganda Makulête fora preso. Dias depois no quartel dos colonos ingleses na cidade de Mbale ele foi posto no paredão de fuzilamento, de olhos fechados pediu a Deus qual o sentido de sua existência da terra. Ouviu os disparos, quanto o tempo parou, e Deus veio até ele e mostrou o porque havia vivido estes anos todos a frente do seu povo, ele viu a casa e o carro que havia comprado, além da casa de praia na Guine Equatorial, também viu a fatura do fim do mês, então percebeu que na verdade essa fatura se repetia infinitamente, é que todo mês ele devia pagar, e pagando ele então compreendeu o sentido da existência humana, agradeceu a Deus, que disse que lhe enviaria o resto do curso de como morrer e viver eternamente bem com as contas em dia pelo correio celestial”.

[O resto da história como dito a cima está borrada com achocolatado tipo baunilha mais aqui possivelmente termina a história, ou talvez ela não tenha começado, ou talvez você não existe e isso só sirva para uma tese de doutorado que também não existe em uma academia que não existe em um plano real onde Deus é dançarino profissional na televisão aos domingos].

sábado, 5 de maio de 2012

Identidade Silva



Os olhos do pai diziam: "Como é bonito! Como é bonito! Parece que todo o ouro do pobre mundo veio parar nessas paredes." Os olhos do menino: "Como é bonito, como é bonito, mas é uma casa onde só entra gente que não é como nós." Quanto aos olhos do menor, estavam fascinados demais para exprimir outra coisa que não uma alegria estúpida e profunda.
                                                                                              XXVI. Os olhos dos pobres

Apesar da temperatura acima de 30 graus Celsius, e da umidade que lhe fazia sentir um incomodo em cada poro do seu corpo, se vestia de forma clássica. Uma camisa social branca, calças  azul, sapato de couro negro de bico fino, além disso usava um cinto de couro marrom e uma gravata fina ao molde italiano, muito justo. Sentado em uma poltrona lia as ficiones de Borges; Ao lado em um criado mudo uma pilha de livros das quais podemos indicar um exemplar de Inocência do Visconde de Taunay, Dom Casmurro de Machado de Assis, além desses dois exemplares uma versão traduzida em português brasileiro de J.-K. Huysmans, Às avessas.  Talvez este último livro tenha significância para nosso personagem.
                A começar por seu nome João Divino Silva. Pela suas origens de ameríndio, afro-americano e português desterrado. Queria ter sangue irlandês, escocês, ou ao menos ter uma eugenia aristocrática Bourbon. Desejava um nome literário, como Goethe, Flaubert ou Proust, ser peça única universal com seu nome, suas origens, origens que dizem muita coisa, que transformam um nome comum como Borges em sua ascendência militar hispânica criolla e Inglesa em algo superior. Silva, apenas Silva. Nascido em um país de 200 milhões de Silva. Divino então só lhe recobrava sua infância medíocre de classe média baixa em um bairro comum de sua cidade nos tristes trópicos; Divino de fato era seu pai, um pequeno comerciante. Podia ser ele um Barão, Barão de Toulouse , ser ele assim um aleijado como Toulouse-Lautrec não faria diferença alguma. Sendo de classe média ainda aceitaria até mesmo nascer como um Roth , Bellow ou Lewis em um subúrbio americano de classe média, que apesar de sendo assim médio, possui uma literalidade própria.
                Todo dia para superar esse seu desejo de ser parte de algo literariamente superior, se vestia de melhor forma possível, mesmo ao calor típico dessa região do continente. Roupas sociais justas, cachimbo, livros em baixo do braço. Queria transcender a mediocridade. Construiu uma biblioteca particular com toda literatura que lhe parecesse aticista. Pensava ser um Pessoa em meio à barbárie Voltairiana, pensava até mesmo usar um leve sotaque Frances como Córtazar, ainda que nunca tenha ido morar fora, nem tenha qualquer parentesco frances.
Se tornou professor titular de Literatura Francesa da Universidade local.  Pedia claramente aos alunos. Chamem-me de Professor Divino Santos, ou Doutor Divino Santos. Se alguém o chamava de Divino, Santos ou João , mesmo que um colega professor, abominava, regredia. Queria ser um T.S. Eliot. Defendia abertamente valores compreendidos como reacionários. Ainda que dissesse ser um republicano, agnóstico,era tido contudo como alguém muito polido, em demasia; Vivemos no Brasil, não na Europa. diziam-lhe ser eurocêntrico. Divino Silva apenas se portava em concorrência com seus pensamentos de classicismo, de uma elevação que agora na modernidade se parecia perdida, ainda que possível alcançar pela hermenêutica diária. Queria apenas fugir de toda mediocridade, da pecha de ser um mestiço em um trópico qualquer. Queria a beleza robusta da Europa. Beber seus vinhos, usar suas roupas, e o principal, ter a postura de um Franco , Germânico ou Saxão!
                Assim sentado em sua poltrona pensava, pensava como Policarpo Quaresma reformador louco da nação; Que grande séria se assumissem todos um dia ao acordar uma postura clássica, se fossem em peso as bibliotecas, as livrarias para pegarem livros de Camões, Dante ou quem sabe até mesmo Schlegel dando alguma estética as praticas cristãs no país. Pensava em pessoas como ele no pais, cultas e educadas, que se respeitassem, que se encontrassem em fim do dia em cafés, discutindo grande arte entre um café e licor. Em que parecem de exibir seus corpos de forma desnecessária, ou andar de forma maltrapilha. Pensava ir à praia tomar Champagne como estivesse em um quadro de Monet ou em livro passado na riviera francesa de Fitzgerald. Tudo lhe cansava neste país. Muitos diziam na Universidade, porque não vá embora, vá viver lá na frança, leia seu Mallarmé em meio aos tísicos bichonas europeus; Sentia-se contudo um desejo de permanecer aqui, civilizar como um jesuíta estas pobres pessoas. Era preciso superar este estágio de civilização atual, o popularesco, o degenerativo, a luz e os gestos desmedidos, mostrar aos concidadãos a beleza que o mundo pode transpor a quem busca a verdade.
                Sua adolescência foi dificílima, conheceu a literatura por acaso, não se recordando o porque, sem dúvida não foi nem em sua casa, onde a cultura era paupérrima, nem mesmo na escola, onde os professores eram tecnocratas. De qualquer modo leu por acaso Dumas, Os três mosqueteiros. Lá ele viu um mundo em que a honra, a coragem, o senso estético estava acima do “ir vivendo”. Leu Balzac, Stendhal, leu Baudaliere, Rimbaud, quis por fim aprender o idioma de Molière. Leu Iluministas, literatura moderna, filosofia existencialista. Fez birra com a geração Nouvelle Romance; Como em um labirinto, foi abrindo portas, os ingleses vitorianos, Dickens, Wilde, Lord Byron. Os românticos como Wordsworth. Lendo essa poesia se encontrou com Alemães, força, polidez, determinação! Goethe, Kant, Hegel, Mann, Schiller, Lassing, E.T.A Hoffmann. Eichenforff. Passaria a tarde falando sobre estes prussianos e Alemães modernos! De lá foi um paço para os Russos, Poloneses, escandinavos! Amava a Europa, a verdadeira Europa das Grandes capitais, as médias cidades culturais que possuíam em seu intimo um Magnos Opus, onde nomes, ruas pessoas tudo era belo, mesmo o mais vulgar como um clochard nas ruas de Paris.  Foi o aluno brilhante, ainda que tenha tido seus anos universitários de crises existenciais, sempre buscou o farol da temperança.
                Com as mulheres nunca foi bom, nem com amigos, preferiu se afastar de todos que não tivessem a seu ver o modo ideal para compatibilizar com seus pensamentos. Como dito saiu logo de casa sem dizer adeus aos pais. Arrumou um apartamento no centro, perto do que pensava ser o mais ideal de seu modo de vida, forrou-o de livros , quadros, discos de Beethoven, Mozart e Chopin. Estudou a fio, sem sair de sua cidade fez o mestrado e doutorado em Frances. Em um defendeu a tese da influência de Flaubert e Balzac na literatura oitocentos brasileira. No Doutorado criou um modelo interpretativo de À La Recherche Du Temps Perdu, um paralelo com a literatura que se pretendeu fazer , ou se pretende fazer e não se consegue em nosso país. Uns disseram sobre suas pesquisas que era Eugênia literária, outros um simples fascista ou mesmo esnobe, contudo por sua sorte os membros de sua mesa julgadora eram todos francófonos exaltados como ele, nota máxima. Estudou sempre com uma bolsa, sendo assim , ao terminar os estudos viu-se em uma situação econômica perigosa, ou a dar aula em escolas de ensino colegial e de línguas gerais. Qualquer outra área era quase impossível devido a insipiência cultural de onde residia.
Por ocaso, um professor do departamento, voltando de um final de semana nas montanhas recebe uma rajada de sol em seu rosto, que o faz perder o controle do veiculo despencando de um barranco de alguns metros de altura na estrada sinuosa das serras. A universidade resolve abrir um concurso emergencial para suprir esta cátedra em pleno inicio do semestre letivo, João Divino Silva se escreve e passa em primeiro lugar, discorrendo com destaque em uma questão sobre literatura comparada de Machado de Assis e Valter Hugo.

Ele lê seu livro especialmente absorto, sente-se por um momento realizado, sente-se muito só, contudo sente avec la lettre!
Nesse mesmo dia resolve de muito bom humor ir ao café perto de sua residência, vai ler alguns poemas de Baudelaire, ver pessoas, se sentir superior, Não apenas um Silva, mais talvez o único digno desse clã generoso; No meio do caminho encontra um homem que por acaso esta vestido de forma impecável como ele, segurando um livro em baixo dos braços, quase como um espelho de si próprio. Este homem pergunta as horas ao estar próximo a João Divino Silva. Ele responde “São 16:30”; Ele vê o relógio, o livro é uma caixa de onde retire um revolver, ele impele que passe o relógio, carteira e qualquer outro objeto de valor.  Exaltado por toda brutalidade e desespero o nosso personagem João Divino Silva. Prof. Dr. Divino Silva, com seu terno impecável, um personagem saído de algum romance de Proust, sofre uma inquice, solta um gemido, começa a sentir dores. Ataca o furtador; Este dispara a queima roupa contra o homem meio afeminado . Retira os objetos do corpo de nosso herói,  joga o livro longe. Divino Silva morreu, agora talvez esteja no panteão literário de ninfas e rosas com seus companheiros.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Identidade Kétzez



Az Égből dühödt angyal dobolt
Riadót a szomoru Földre,
Legalább száz ifjú bomolt,
Legalább száz csillag lehullott,
Legalább száz párta omolt:
Különös,
Különös nyár-éjszaka volt
.
Do alto do céu um anjo enraivecido
tocou o alarme para a terra triste.
Endoidaram cem jovens pelo menos,
caíram pelo menos cem estrelas,
pelo menos cem virgens se perderam:
foi uma estranha,
estranhíssima noite de verão.
Endre Ady. Emlékezés egy nyár-éjszakára(Recordação de uma noite de verão).

Fernando Rodrigues Kétzez. 24 anos, solteiro. Filho de Mãe Portuguesa. Pai, Sr. Kétzez. Húngaro, Ateu. Kétzez filho quer ser escritor. Acorda todo dia às 8 da manhã. Sempre tem dor de cabeça e nos olhos. Fuma um cigarro. Vai ao ginásio. Na volta toma um banho, bebe chá gelado e fuma outro cigarro. Estuda idiomas. Inglês, Frances, Russo, Italiano, Húngaro, este último já fluente na idiomática. Quer ser tradutor e professor de literatura. Quer buscar suas origens. Seu pai tem medo da modernidade. É um pária em seu país estrangeiro. Não deseja contudo voltar as terras magiares; Designe, cores, gosta do diferente. Gosta do roxo. Odeia laranja. Odeia pessoas que não respeitam a si mesmo e suas origens. Odeia seu afeto as origens, gostaria de romper tudo. Todos os outros húngaros que conheceu são filhos de Judeu. Ele é um caso parte. Seu pai saiu da Hungria porque era ateu, porque não havia estudado e tinha que descarregar caminhões com caixotes de verduras vinda do interior no mercado de Buda, Em peste conheceu um poeta com nome estranho e engraçado FERNANDO PESSOA! Surpresa, Lisboa do Tejo ancestral, decidiu largar tudo – ou nada -  aos 25 e ir para a cidade da praia mais ocidental européia; Salazar é o pequeno papa local. Não existe lugar pior para um ateu, húngaro, sem instruções básicas; Resolvi ir ao Brasil, lá poderia ler Fernando Pessoa, lá havia muita terra, iria encontrar uma comunidade húngara, iria plantar a terra de dia, a noite iria ler, quem sabe terminar os estudos. A guerra estourou. Leu Drummond “Sentimento do Mundo”, não serei poeta de um mundo caduco; Leu  Florbela Espanca “Sonetos”. Chorou, Resolveu amar uma nativa, conheceu Amália, de Azinhaga, nem as paredes confessaram suas noites de amor com um calor trôpego; Casaram, em 58 Kétzez terminará o ginásio que em sua infância não pôde; Nasceu seu filho, Fernando, em homenagem a Pessoa e à sua esposa portuguesa. Para que seu filho tenha mais sorte do que nos campos vai para São Paulo; Estuda , vê seu pai sempre lendo, entretanto sabe que ele não é um intelectual; Aos 15 começa a trabalhar no escritório de um grande jornal. Aos 18 entra na universidade de letras eslavas. Começa a publicar contos anônimos no jornal como Johannes Niëf. Um redator o descobre um dia em um canto do escritório usando a maquina de um jornalista ausente. O convida para escrever nas páginas policiais; Descobre Raskólnikov de Dostoievski. Descobre também Jair Picada. O primeiro preto pobre furado por balas com o crânio sovado e os olhos para fora das orbitas; Escreve de forma apaixonada pela miséria da moral. Ninguém é tão superior assim por coisa alguma. Aos 23 se forma. Aos 25 traduz seu primeiro livro húngaro, dois anos depois em russo; Se dedica contudo ao húngaro. Aos 26 termina seu mestrado, aos 30 o doutorado. Larga o jornal para se tornar escritor e professor na Universidade. Seu pai morre aos 32, deixa como herança além de seu nome em comum, seu amor aos magiares, um baú com recordações, cadernos de apontamentos. Revive a infância pobre do pai; Seu avô Kétzez da o ensino primário, morre contudo em uma de tantas revoluções do Império Austro-Húngaro decadente. Abandona Jászapáti , então com 18 anos e vai para Budapeste. Mora em pensões, pega a gripe espanhola. Não morre, mais ao desfalecer sendo cuidado por amigos, pede um livro , fausto de Goethe. Sua vida nunca mais seria a mesma após essa intervenção. Lê muito, trabalha muito. Mais Pessoa foi à pedra angular em sua vida.
         Kétzez filho com 33 deseja conhecer o país de seu pai. Pensa nele como as rapsódias Húngaras de Liszt. Uns pais pobre, comunista, contudo muito culto e alegre. Vai para Hungria.

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Se surpreende com Budapeste. Se surpreende com o comunismo taciturno. Se surpreende com Ägota. Poetisa, romântica pelos trópicos. Kétzez diz que em sua cidade as pessoas não são tão frias, contudo são pobres almas, deitadas por militares, que ao menos os comunistas dão educação e casas, em nossa terra todos negros morrem, fala da primeira vez que viu um homem pobre morto e teve que escrever sobre aquilo; Em um mês que no inicio seriam uma semana, se casa com a poeta para que ela possa vir morar no Brasil. Faz pós-doutorado na Alemanha, é convidado para dar aula em Frankfurt. Aceita. Vai morar com sua esposa, seu filho nasce, ele já tem 38. Aos 45 resolve voltar ao Brasil, quer que seu filho sinta alguma identidade. Sua esposa morre no parto da segunda filha. Homenageia de Amália Espanca Kétzez. Seu filho se chama Carlos, por Drummond. Este aos 15 tem seu primeiro coma alcoólico. Aos 20 larga duas faculdades, uma de medicina e outra de economia. Um dia lê um poeta húngaro, Andre Ady. Diz que vai morar na Hungria, país que estava se abrindo dos anos de comunismo. Após dois anos consegue cidadania Húngara. Entra na universidade de Eotvos Lorand, no departamento de língua portuguesa. Aos 26 se forma, faz mestrado e doutorado. Conhece uma portuguesa que faz farmacologia; Ela conhece Ady, aos 30 anos eles se casam. Seu pai morre sem nunca ter visitado o filho depois de ele ter ido para Hungria. Ele chora. Le Ady, bebe a noite toda. Ele diz que sua raiz não significa nada, pois seu choro impregna a terra inteira.


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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Cadernos do Dr. Trochakovisky [SEM CORREÇÃO GRAMATICAL]

 Noticia no jornal, descoberto em um porão de Moscou pertences do eminente Dr. Ivan Idiotoich Trochakovisky, que pensavam ter sido destruídos depois da Segunda Guerra Mundial, fenomenal desta história e o que causa tanto frisson entre historiadores, psicanalistas e antigas dançarinas de bunga bunga soviética são os diários e cartas onde se encontram relatos do tratamento do Dr. Trochakovisky com nada mais do que Tzar vermelho Joseph Stalin. Elas além de mostrar a personalidade excêntrica do ditador demonstram seu apurado senso artístico, sexual e de comando militar, que são essenciais para explicar a segunda guerra mundial e todo o século XX.

“17 de julho de 1936
O Camarada Stalin vem ao meu consultório, está preocupado com a guerra civil que surge na Espanha,  me pergunta como ele conseguirá agora o salaminho feito em Sevilha, ele relembra sua mamuska na Geórgia, começa a sapatear ,começa a  acariciar seu bigode e dizer que é Clark Gable das estepes. Recomendo que ele construa um gulag na Sibéria e mande prender todos os tocadores de oboé e seguidores de Jung. ”

Em 1938 um grande terror se espalha por toda Rússia, Stalin persegue os burocratas do partido, antes demorava-se um ano para tirar uma carteira de motorista, depois dos últimos acontecimentos é possível fazer tudo em alguns minutos e ainda ganhar um pirulito das fábricas Lênin pé-de-moleque. Neste mesmo ano temos uma vasta obra escrita pelo Dr. Trochakovisky sobre a situação de Joseph Stalin.

“23 de setembro de 1938
Neste dia frio de abril o Sr. Stalin veio ao consultório, contudo chega atrasado, coisa que nunca o fez antes, há não ser quando tive que marcar uma consulta as pressas de madrugada quando ele se fantasiou de Rainha Vitória e disse que iria dar umas palmadas no Derr Adolf Hitler, presidente-ditador-comedor de chucrutes oficial da Alemanha.
Escuto atentamente o que Sr. Stalin diz enquanto marco uma cartela da mega-sena-proletária, que esta acumulada em 2 sacos de feijão e uma viagem sem volta para um Gulag de ex-prostitutas polacas.
Sr. Stalin diz que não consegue mais suportar as pressões dos imperialistas ocidentais, ainda mais que preferem os bigodes de Hitler  ao seu, por isso assinaram um acordo secreto em que só se discutira as fronteiras soberanas mundiais e nada de bigodes. Recomendei que ele lesse o grande livro “Crepúsculo da barbixa” do grande filosofo alemão Frederich Nietzsche, assim talvez ele compreende-se o sentido do bigode histórico para alemães, entendendo assim a  psique de Hitler. “

Após um ano de perseguições e jogos políticos entramos em uma fase de agudos problemas que no final se desencadeará na segunda guerra mundial, abaixo alguns pequenos trechos que podem nós fazer melhor compreender este período conturbado da história.

“20 de Setembro de 1939
Há uma semana seguida que o Sr. Stalin vem ao meu consultório, diz que esta sendo ensaiado um grande acordo entre a Mãe Rússia e os Alemães, vulgo Pachelbels chatos.  O grande líder apresenta claramente problemas de depressão e insônia, recomendo que ele mande a mãe dele para um Gulag e depois fure seus os olhos tendo um pouco de dignidade ocidental, coisa que ele rejeita prontamente, ainda que depois de ter dito isso a ele mandou que eu deporta-se em pessoa minha mãe para um Gulag. Ao menos a teoria de Freud foi comprovada, me libertei do julgo materno e já consigo vestir minhas cuecas sozinho.

23 de Setembro de 1939
Grande dia, Sr. Stalin aparece animado, diz ter feito um belo acordo com os Alemães, eles vão dividir metade da Europa, sendo que nenhum dos dois países prometem se atacar, nem tocar Richard Wagner na fronteira da Rússia. Recomendei que ele fosse tirar férias e aproveitar seu animo, ele também me recomendou isso, agora escrevo direto do transiberiano onde fui expurgado para um Gulag em Kolima.

Aqui suas anotações se tomam sobre sua vida em um campo Gulag,seus relatos dizem que o  Dr. Trochakoviski fica preso em um Gulag no norte da Sibéria onde além de trabalhar 12 horas seguidas e perder parte de seus dedos congelados depois de tentar chupar um sorvete de graviola em pleno inverno, seu preferido, Torna-se terapeuta de Mitria Cornadovitchia , onde se apaixona após  ela indagar em sono regressivo que Schubert era um bebe chorão,  contudo meses depois ela foge da prisão o supervisor geral do campo ,no final do inverno, depois de descobrir que apenas o Dr. Trochakoviski não conseguia ter ereções independente da época do ano. Contudo ele fica pouco tempo, isto porque a guerra mundial se anuncia e Stalin manda-o chamar novamente, encontra-se em estado de depressão profunda em sua casa de campo nos arredores do Kremlin. Aqui temos mais uma anotação sobre o fato:

“23 de janeiro de 1940
Sr. Stalin encontra-se em estado de depressão profunda, a situação se agrava em decorrência da eminente guerra na Europa, ele reclama de sua vida e seus problemas, falo para ele conversar com um aluno de graduação que estude Heiddeger, sem dúvida vai perceber que sua vida não é tão ruim como pode parecer.

A guerra explode de fato na Europa no decorrer de 1940, aqui as anotações do Dr. Trochakoviski se tornam vultosas, Stalin praticamente faz consultas diárias, ele diz ter sonhos em que é perseguido por salsichões pretos enquanto tocam a cavalgada das Valquírias, em outras sonho diz que Karl Marx da palmadinhas enquanto ele promete ser mais malvado no próximo expurgo. Contudo sua situação se torna gravíssima quando os Alemães chegam as portas de Leningrado, o Dr. Trochavoski tem uma anotação chave para compreender as atitudes tomada por Stalin no conflito contra os alemães.

“20 de julho de 1942
A cidade de Stalingrado esta sitiada, inicia-se uma batalha pela cidade de acordo com os jornais, batalha que pode ser dada o nome de batalha por Stalingrado ou de Stalingrado, ou o que vier primeiro.
O Camarada Stalin se encontra furioso, recomendei que ele jogasse seus discursos de avião sobre os alemães os matando de tédio e assim derrotando os exércitos inimigos, contudo se tornou céptico, principalmente porque Hitler poderia fazer o mesmo, com o agravante que suas piadas sobre os povos oprimidos serem mais engraçadas do que as suas.

Nota-se aqui que Stalin nunca demonstrou inferioridade para ninguém, nem mesmo para a estatua feito em sua homenagem no centro de moscou que por ter 1 metro a mais foi expurgada para Sibéria tento que recolher gravetos no chão, o problema que ela sofria graves problemas nas articulações.

O humor de Stalin se torna radiante depois que ele consegue empurrar os alemães de volta para suas terras enquanto faz o exército vermelho a macarena com seus rifles.

Aqui temos umas das ultimas anotações de consulta do Dr.  Trochakovisky com Stalin, ocorre tempos depois da vitória Soviética sobre os alemães e as bombas atômicas americanas em Hiroshima e Nagasaki

“26 de Setembro de 1945
Camarada Stalin se  encontra nervoso após saber que não vai poder mais matar alemães,  o que salvou de um ataque de nervos fulminante foi saber que poderiam criar bombas que pudessem transformar toda humanidade comunista, ou seja, iguais em matéria nula.  Diz que ligou para o presidente americano Mr. Truman dizendo que presentearia  sua esposa “farta”, uma matrioshka e uma caixa de ovos siberianos se ele o deixa-se jogar umas bombinhas atômicas. Truman respondeu dizendo que aceitaria os ovos para comer com seu bacon matinal, contudo não daria bomba alguma a qualquer um que dormisse com sua mulher gorda. Assim se iniciou a guerra fria, com um bom breakfast é claro.

Após essa seção Stalin resolve usar todos psicólogos, psicanalistas e dançarinos flamencos para servirem de arados humanos na Sibéria, tristemente o Dr.  Trochakovisky foi usado como rastelo, tendo em seus últimos momentos dito que sua honra fora ferida, pois preferia ser um cortador de grama devido ao seu diploma. Seus arquivos foram então se empoeirando. Morrendo junto com Stalin a história só foi revelada agora após todos estes anos.