A prateleira estava repleta de discos; Do teto ao piso
haviam milhares de compactos, lps, fitas e outros mecanismos de memória
humana. J.K. reuniu alguns, esta noite
iria realizar uma festa na casa de um amigo, o G. ; Colocou na bolsa os discos
Moon Safari do Air , Young Team ,
Mogway, Hormogenic Björk; Colocou dois livros de poesia, um litro de vinho
chileno que havia guardado, dois maços de cigarro importado, maconha. Saiu.
Nessa noite nada podia importar muito, o clima estava
resfriado, nada que incomodasse muito. A casa de G. não era muito longe de sua
casa mais teria que esperar uma condução; Fumou dois cigarros enquanto esperava
o ônibus, em trinta minutos estava na casa de seu amigo.
Já estavam algumas pessoas, bebiam desenfreadamente, fumavam
e ouviam rock pesado, todos queriam viver como se fosse a última noite
possível. Antes de dizer qualquer saudação retirou o vinho a bolsa, e começou a
se aturdir com a situação. Naquele momento único que duraria algumas horas, uma
epifánia deslocando-se brutalmente no tempo.
Conversavam, se drogavam, o mundo se cumpria, os desejos e
sonhos se expandiam, com a sensação do arrocho, da perda. O universo em desintegração atômica não
interessa, as morais, os valores. A convivência se faz pelo riso, oposto do
medo. A comedia é o desnudamento, todos estavam nus desde há muito. Sobrava
rastros de uma época perdida.
[pausa]
Pixies, Metálica, Kant e Voltaire.
[pausa]
Pensamento: Delírio da solidão compartida. A força que
esvai. Quer busque alguma utopia se mesmo a distopia há desanimo. Somos a pior
geração desde quiçá o protestantismo. Não queremos nada e não damos nada.
Consumimos pétalas em vestidos azuis, o tabuleiro e o talude da consciência
conscienciosa.
Devastação do tédio , álcool embrutecidos. Sexos ativos,
peitos e bundas, peitos e bundas, peitos e bundas e barrigas e narizes, e tédio.
ZIIIiiIXIXIXIXizizzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz.......
Este macaco vai para o céu.