quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Livre interpretação para Blasfêmia de William Blake

Tua ira se anunciará no mundo e todos os homens, pequenos, grandes, crianças ou velhas se dilataram na tristeza imensa, na sofreguidão, nada será perdoado, esquecido , sempre vilipendiado, sempre amesquinhado. Nem uma sensação, nem um sentido perdido. Tudo será rememorado pelos séculos, à culpa, o flagelo, intempéries da alma e da boca, toda sujeira revelada, nada valerá mais a pena, nem o comboio no rio nem o lago diáfano. Tu que me revelas imprescindível, tu nada serás que um eu regozijando a perda da espontaneidade, a serenidade das palavras, você não será nada, não poderá ser nada. Séculos por séculos, dias por dias, horas por horas, o mal de teu seu, agora não é mais nada que uma algaravia perdida em algum canto da floresta do eu. Querentes os homens, ai os tens. Besta tu és, um Deus nunca, somente o anunciado. 

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